CAVAQUINHO
O CAVAQUINHO E SUA PARTICIPAÇÃO NAS ORIGENS DO SAMBA
Para que os amantes da boa
música possam saborear uma bonita sonoridade, nada melhor do que aprender a
tocar o instrumento responsável por essa sonoridade.
Os instrumentos do ambiente
popular português nem sempre são bem vistos pelos músicos profissionais. As
principais razões são a sua deficiente afinação e os seus pobres recursos para
executarem determinadas músicas.
Mas um instrumento popular foi
criado para representar um determinado ambiente musical.
Ele se identifica com o pulsar
de um povo, onde suas modas, as canções
de trabalho, as festas e romarias e a sua identidade são ilustradas,
musicalmente falando. Este pequeno contributo visa dar a conhecer o nosso cavaquinho, com sua história, a arte de
tocá-lo, as viagens que fez nas mãos dos nossos emigrantes, os construtores e
finalmente a construção deste pequeno grande instrumento.
O Cavaquinho é um instrumento
popular, que pode afinar rigorosamente e, mediante a afinação que tiver, tocar muitas músicas. A provar esta afirmação
estão as partituras feitas pelos seus descendentes, como o Braguinha da
Madeira, O “Ukulele” do Hawaii, o Cavaquinho do Brasil ou o de Cabo Verde.
Dentro da sua simplicidade e com a sua afinação mais
popular, o Cavaquinho continua a ter a sua verticalidade e quando tocado pelas
mãos do povo grita bem alto, como que em sinal de protesto, fazendo frente
àqueles que lhe pretendem dar um menor valor musical.
No Brasil...
O cavaquinho no Brasil, figura em todos os conjuntos
regionais de choros, emboladas, bailes pastoris, sambas, ranchos, chulas,
bumbas-meu-boi, cheganças de marujos, cateretês, etc., ao lado da viola,
violão, bandolim, clarinete, pandeiro, rabecas, guitarras, flautas, oficleides,
reques reques, puita, canzá e outros, com carácter popular mas urbano.
Este cavaquinho difere do
minhoto tendo - como os de Lisboa e da Madeira - o braço em ressalto sobre o
tampo, 17 trastos e boca redonda possuindo menores dimensões totais. A sua
afinação mais usual é com o acorde de sol maior invertido, similar à da Madeira
ou de certos casos minhotos, surgindo ainda afinações diversas.
Os autores brasileiros em geral - Oneyda Alvarenga, Mário de Andrade, Renato
Almeida, etc. - mencionam a origem portuguesa do cavaquinho brasileiro e Câmara
Cascudo refere mesmo particularmente a importância desempenhada pela ilha do
Madeira.
De um modo geral, ao instrumento minhoto tradicional e francamente popular - e
originariamente coimbrão - que se toca de rasgado, corresponde o velho tipo de
braço raso com doze trastos. Aos instrumentos de carácter citadino e burguês -
de Lisboa, Algarve e Madeira - que se tocam de pontiado, corresponde o tipo de
braço em ressalto e dezassete trastos, que parece ter sofrido influências do
violão, guitarra ou bandolim. Embora de carácter popular, o cavaquinho
brasileiro pertence a este último tipo, sendo sobretudo usado pelos estratos
populares urbanos.
O CAVAQUINHO E SUA PARTICIPAÇÃO NAS ORIGENS DO SAMBA
Existem várias versões acerca do nascimento do termo "samba". Uma
delas afirma ser originário do termo "Zambra" ou "Zamba" ,
oriundo da língua árabe, tendo nascido mais precisamente quando da invasão dos
mouros à Península Ibérica no século VIII. Uma outra diz que é originário de um
das muitas línguas africanas, possivelmente do quimbundo, onde "sam"
significa "dar", e "ba" "receber" ou "coisa
que cai". Ainda há uma versão que diz que a palavra samba vem de outra
palavra africana, semba, que significa umbigada. No Brasil, acredita-se que o
termo "samba" foi uma corruptela de "semba" (umbigada),
palavra de origem africana - possivelmente oriunda de Angola ou Congo, de onde
vieram a maior parte dos escravos para o Brasil.
Um dos registros mais antigas da palavra samba apareceu na revista pernambucana
O Carapuceiro, datada de fevereiro de 1838, quando Frei Miguel do Sacramento
Lopes Gama escrevia contra o que chamou de "samba d'almocreve" - ou
seja, não se referindo ao futuro gênero musical, mas sim a um tipo de folguedo
(dança dramática) popular de negros daquela época. De acordo com Hiram da Costa
Araújo, ao longo dos séculos, as festas de danças dos negros escravos na Bahia
eram chamadas de "samba".
Em meados do século XIX, a palavra samba definia diferentes tipos de música
introduzidas pelos escravos africanos, sempre conduzida por diversos tipos de
batuques, mas que assumiam características próprias em cada Estado brasileiro,
não só pela diversidade das tribos de escravos, como pela peculiaridade de cada
região em que foram assentados. Algumas destas danças populares conhecidas
foram: bate-baú, samba-corrido, samba-de-roda, samba-de-chave e
samba-de-barravento, na Bahia; coco, no Ceará; tambor-de-crioula (ou ponga), no
Maranhão; trocada, coco-de-parelha, samba de coco e soco-travado, no
Pernambuco; bambelô, no Rio Grande do Norte; partido-alto, miudinho, jongo e
caxambu, no Rio de Janeiro; samba-lenço, samba rural, tiririca, miudinho e
jongo em São Paulo.
GRANDES NOMES DO CAVAQUINHO NO BRASIL
♪ Nelson Alves, ou Nelson Cavaquinho, (1895 - 1960):
Integrante do grupo de Chiquinha Gonzaga e dos Oito Batutas. Autor de choros como "Mistura e manda" e "Nem ela ... nem eu".
♪ Canhoto (Waldiro Frederico Tramontano) (1908 -1987):
Presença marcante na história dos chamados " conjuntos regionais", formou com Dino e Meira, o mais célebre trio de base. Tocou no conjunto de Benedito Lacerda desde o fim dos anos 1920 e depois liderou seu próprio grupo.
♪ Waldir Azevedo (1923 - 1980):
O popularizador do cavaquinho como instrumento solista. Autor de grandes sucessos como "Brasileirinho", "Pedacinhos do céu" e "Delicado". A partir de seu sucesso, dentro e fora do Brasil, foram surgindo muitos solistas do instrumento, quase todos imitadores de Waldir.
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Fontes:
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